terça-feira, 5 de abril de 2011

Cap 14: Acalento . Parte II

Quando chegamos na salinha, eu consegui sentir o clima desespero no ar, veio como aquele cheiro bom de comida sendo feita, mais desta vez, não era nada bom, Bella estava num canto, com a cabeça baixa, desolada, chorando interruptamente, seu choro era agonizante e me fazia sentir pontadas de tristeza no peito.
_ Mamãe?- falei enquanto Bê me carregava, ela estava de costas, chorando sem cessar, virando-se pra min e limpando as lagrimas.
_ Filho!- ela falou engolindo o choro, tentando deixar o seu rosto mais pacifico possível.
_ Mãe, diz que não, por favor?- eu falei num tom de suplica, as lagrimas desceram sem meu consentimento.
_ Filho, é!- Não, o que ela iria falar eu não queria ouvir, Layla tinha que esta viva, ela tinha_ Bem, o médico responsável pela Layla veio aqui dar noticias.
_ E o que ele falou?- Eu não conseguia me conter, estava desesperado, atordoado, olhei pra Bella na esperança de ter respostas, ela ainda chorava desesperadamente.
_ Filho, Layla vai precisar muito de nossa ajuda e força agora_ Dizendo isto ela limpou as lagrimas que caia.
_ Mãe, o que aconteceu com ela?- Eu me sentei com a ajuda de Bê, estava sem forças e agora, mais do que nunca, atormentado.
_ Layla está Paraplégica!
Eu gritei, não podia acreditar no que acabo de ouvir, logo minha amiga que era cheia de vida, que saltitava e transmitia tanta felicidade, agora ficaria presa numa cadeira de rodas? Dependente dos outros? Meu grito ecoou pelas salas vazias e silenciosas do hospital, podia ser tudo uma mentira, quem dera se tudo fosse mentira.
_ Filho, calma minha mãe tentou me consolar, mais nesta hora eu não conseguiria ser consolado por ninguém, me desvencilhei dos braços da minha mãe e saindo correndo dali, deixando pra trás apenas os ecos de vozes me chamando.
Corria tanto que não conseguia ver nada na minha frente, as lágrimas que caiam também me atrapalhavam a enxergar um pouco, quando dei por min estava num pequeno jardim, com certeza era uma ala plugada ao hospital, era lindo, com pequenos bancos de argila, rodeado de coqueiros e pinheiros, era um jardim super bem cuidado, me sentei num dos banquinhos com a cabeça apoiada nos joelhos, eu queria sumir, sair deste mundo e destes problemas. Quem poderia me ouvir nesta hora? Como se fosse uma benção o nome dela me veio na mente, Sim, “Nicole’ poderia me ajudar muito agora, peguei meu telefone do bolso, com varias chamadas perdias que não me preocupei muito, digitei o numero dela e esperei”.
_ Nicole?- falei com a voz meio falha e trêmula.
_ Icaro? É você lindo?
_ Nick, me ajuda, por favor?
_ Aonde você tá pelo amor de Deus?
_ No jardim do hospital municipal-comecei a chorar!
_ Icaro, fica ai que eu já to indo, não sai de onde você tá!- ela disse num tom de desespero, desligou o telefone e eu fiquei lá, ainda com minha cabeça abaixada, olhos fechados tentando ao maximo não pirar, as lágrimas caiam e molhavam a barra da minha calça, e eu lembrava de como Layla era feliz e independente, ate que:
_ Icaro?- disse a voz grave.
_ Nicole!- Eu levantei a cabeça e lá estava ela, meio desarrumada, lógico, com certeza tinha vindo as pressas, ela me olhava com aquele jeito carinhoso e encorajador.
_ Oh querido, o que aconteceu?- ela sentou-se do meu lado no banco e me deitou no seu colo me afagando com seus braços.
_ È layla, Ai Nick, ela... e eu me desmoronei contando tudo á ela, de como me sentia, do medo que eu tinha de Layla não aquentar, do modo que eu sai correndo do hospital, enfim, contei tudo a ela.
_ Icaro!- ela disse no seu tom carinhoso me fazendo olhar pra ela, passando a mão no meu rosto!- A pessoa que ela mais precisa agora é você! Quer que ela seja forte e encare isto de frente? Então você tem que demonstrar que vai estar do lado dela, assim ela vai se sentir melhor e mais confiante, ela vai lutar contra isto de frente!
_ Você acha?- perguntei enxugando os olhos.
_ Sim, com certeza, agora você tem que voltar lá, ver ela e demonstrar apoio total, tem que mostrar que tá do lado dela em todas as situações_ ela se levantou, ficou de frente pra min e estendeu a mão- agora vamos, pare com esta crise de choro infantil, levanta-se e seja homem, eu vou com você até lá.
Eu me levantei e dei a mão a ela, Nicole agora era meu ponto forte, era uma pessoa que eu confiava de olhos fechados, e também ela me fazia sentir melhor.
_ Obrigado por tudo!- cochichei no ouvido dela enquanto dava um leve beijo em sua bochecha.
Antes mesmo de chegar na salinha minha mãe e Bê já veio ao nosso encontro, me apalpando e perguntando se eu estava bem!
_ Eu achei ela perdido, resolvi o entregar pessoalmente-disse Nicole a minha mãe enquanto Bê me ajudava a sentar e me oferecia água.
_ Obrigada, não sei como agradecer, obrigada mesmo- minha mãe segurava a mão de Nicole enquanto falava- Ele não está nada bem- ela passou a mão pelos ombros de Nicole e se afastou dizendo coisas que não deu pra entender muito bem.
_ Porque fez isso? Quase matou a gente de susto- disse Bê me oferecendo mais água.
_ Desculpa! Eu me desesperei, não sabia o que fazer!
_ E eu sabia que não engoliria está historia muito bem, pensei que iria surtar!
_ Quase surtei, quase!- disse isto alisando o rosto e coçando os olhos- se não fosse Nicole, não sei onde estaria agora!
_ Ela que é a Nicole?- ele disse num tom de surpresa.
_ Sim, é ela-eu disse com um sorriso no rosto, o primeiro dentre essas longas horas que estava neste hospital.
_ Nossa, Bonita ela!
_ Sim, ela é- eu virei meu olhar pra Nicole, que ainda conversava com minha mãe- Eu é- caquejei- Eu preciso conversar com Layla, eu preciso vê-la!
_ Calma, a mãe dela está la dentro, assim que ela sair você vai.
_ Ah, eu quero muito ver ela!- E era verdade, agora eu necessitava muito de vê-lá, de demonstrar que eu estava totalmente do lado dela, de passar força e determinação pra ela.
_ Calma, você vai ver ela ainda!
E agora eu fiquei lá, olhando pra Bê, ele desde o inicio estava me dando forças, estava do meu lado, isto fez eu sentir um pouco de segurança, me deu um pouco de alegria.
_ Obrigado!- exclamei.
_ Não precisa agradecer, eu te amo, e isto é o mínimo que eu posso fazer!- eu o abracei suspirando fundo, quando senti uma mão no meu joelho, me virei, era Nicole se agachando pra dizer algo!
_ Icaro, eu vou ter que ir, mais é bom saber que estar melhor!
_ Sim, estou-coloquei minha mão sobre a dela!- Obrigado por tudo!
_ Nada, se precisar, é só me ligar, eu volto.
_ Esta bem!- eu a abracei forte e a agradeci de novo, minha mãe fez o mesmo, enchendo Nicole de elogios.
_ Que pessoa mais linda!- disse ela quando Nicole se foi- Tão educada, nossa, não sabia que conhecia ela meu filho.
_ Conheci ela um dia no ônibus mamãe, ela é uma pessoa maravilhosa.
_ Me parece mesmo, sinceramente, eu gostei muito dela, ou dele!- Não sabe o quanto fiquei feliz por saber disto, que minha mãe não tinha preconceito, seria um pouco mais fácil pra mim contar pra ela, quando me decidisse!
_ Sr. Icaro Muniz?- Um médico entrou pela salinha dizendo meu nome.
_ Sou eu!- me levantei num pulo!
_ Layla deseja ver você!
- Este bem-suprirei fundo, agora era a hora, de mostrar pra mim mesmo o quando eu era forte.
_ Força filho, força-minha mãe disse me dando uns tapinhas nas costas e um beijo na bochecha.
_ Obrigado mamãe-eu também a beijei.
E lá fui eu, em direção ao quarto onde estava layla.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cap. 14: Acalento Parte I

Já eram quase meia noite e nada de noticias, eu estava exausto, não agüentando mais aquela aflição, não agüentando mais aquela dor, tudo estava sem sentido pra min, vazio, o cansaço me anestesiou.
_Toma!- Bê me acordou do meu estado de insanidade colocando um copo na minha frente, se abaixando com a mão sobre meu joelho-Vai, toma um pouco.
_ O que é isto?- perguntei.
_ Apenas água-ele me olhou tão amoroso e cuidadoso que fez a bolha se romper novamente, eu, todo tempo que estivemos ali naquele hospital sequer perguntei Bê se ele estava bem, sequer olhei pra ele e tentei acalma-lo, a dor me fez cego, só estava pensando em min, e ele? Toda hora estava do meu lado me acolhendo.
_ Bê! Você está bem?- perguntei colocando minha mão sobre a dele, tocando-a amorosamente.
_ Estou, não precisa se preocupar.
_ Desculpa eu não ter perguntado antes, você sabe né?
_ Sim, eu sempre fui mais fortes pra estas coisas!
_ Isto é verdade-e era mesmo, ele quase nunca chorava, se abalava, por isto estranhei quando estávamos no meu quarto, e ele se desabando em lagrimas no meu colo.
_ Beba-ele me ofereceu a água novamente, eu assenti, pois não tinha jeito de deixá-lo mais feliz.
_ Icaro.
_ Mamãe-ela entrou pela sala vindo ao meu encontro, eu estava exausto.
_ E ai?- ela perguntou sentando na cadeira do lado e apertando minhas mãos-alguma noticia?
_Nada- falou Bê sem demora- até agora nada tia.
_ Gente, mais eles não podem fazer isto, não podem deixar vocês por tanto tempo assim sem noticias.
_ Sei, mais acho que estas coisas demoram mesmo mamãe-tentei acalma-los mesmo desacreditando nisto, mesmo esperando pelo pior!
De repente um vulto branco passou entre nós, minha mãe tratou logo de puxá-lo pra tentar para-lo
_ Por favor, precisamos de noticias sobre Layla Pagung, será que você pode ajudar?- agora que percebe que minha mãe estava falando com um médico que ali passava-por favor, a gente não agüenta mais esperar!
_ Senhora!- ele disse na sua voz profissional- eu vou ver que posso fazer- ela consentiu com a cabeça e soltou sua mão, ele adentrou pelo largo corredor branco, tia Kelren, que era mãe de Layla tinha acabado de voltar da capela, foi orar um pouco, ela voltou passando a mão pelos cabelos num tom de desespero!
_ Nada ainda gente?- ela perguntou
_Nada- falou minha mãe a ajudando a sentar numa cadeira macia- eu acabei de pedir a um médico que passava aqui pra buscar informações.
Eu deixe minha mãe lá, conversando com tia Kelrem e fui atrás de Bê, que tinha sumido de perto de min, aqueles corredores brancos e silenciosos me davam nervos, era tão vazio, tão sem vida, eu procurava desesperadamente por Bê, precisava dele, até que o vi, perdido, andando sem rumo por um corredor vazio.
_ O que faz aqui- ele se assustou quando me viu
_ Vim atrás de você uai.
_ Não!- ele falou um pouco rude-não precisava, eu to bem, eu estou, podia ter ficado com Bella.
_ Não- eu contestei- você precisa mais de min agora!
_ Quem te disse isto?
_ Bê, para tá legal?- agora eu que falava num tom rude-eu só queria ajudar, só retribuir a ajuda que você me deu até agora, mais já que não quer, tá beleza, fui-me virei pra deixá-lo sozinho.
_ Espere!- ele segurou minha mão e me puxou de volta pra ele- Desculpa você tem razão- ele me olhou com aqueles olhos azuis piscina e me apertou contra seu peito-a gente precisa um do outro agora.
_ Mais do que nunca!- eu sussurrei no seu ouvido afagando sua cabeça sobre meu peito tentando conforta-lo, estava nem ai se o corredor poderia ter alguém olhando, nos precisávamos um do outro naquele momento, e eu não iria deixar ele sozinho.
_ Será que ela vai ficar bem?- ele me apertou mais para si, colocando suas mãos sobre minhas costas.
_ acho que sim-tentei anima-lo, mais eu estava derrotado pelo cansaço e pelo medo.
_ Ela vai sair desta, eu sei que vai!- ele suspirou, eu passei a mão pela sua cabeça e beijei sua testa. De repente me senti fraco, com as mãos frias, o corpo mole, a cabeça rodava, eu sabia que algo tinha acontecido algo que eu estava com medo, algo que eu temia interiormente, Bê me segurou mais forte, vendo que eu não me aquentava em pé, me segurou sobre seu peito tentando me conforta - você está bem?
_ Não, fiquei tonto de repente.
_ Vou te levar pra salinha, vamos-ele passou meu braço pelo seu ombro me ajudando a caminhar!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cap. 13: Chuva . parte II

_ Ai, que saudade que eu tava de vocês-ela nus apertava no seu abraço enquanto falava- que bom voltar tudo de boa novamente.
_ Ai Bella, assim você me machuca-eu tirei o braço dela de min.
_ O que vamos aprontar hoje? Barzinhos? Shopping?
_ Não sei, eu queria ficar em casa sabe? Ver uns filme e etc.
_ To dentro, posso chamar o Rômulo?
_ Quem?- eu me espantei.
_ Ai gente, não me olha deste jeito-ela se envergonhou.
_ È o Rômulo que eu to pensando? Daqui da escola? Aquele loiro que você tanto odeia?- Bê a recriminou.
_È, ai gente, para de me olhar assim, ele é super gente boa- ela se explicou- eu falava mal dele porque eu não o conhecia direito, mais ele é um amor, ficamos a primeira vez ontem- Nós chegamos na porta da sala.
_ Ahan, sei como é. Julgando o livro pela capa né?
_ Para ok, posso levar ele?
_ Esta bem- eu me conformei- já que é seu ficante, pode levar sim.
_ Eu te amo amigo- ela deu alguns pulinhos de alegria e me deu um beijo.
_ Mais cuidado hein- eu fiz sinal pra ela abrir o olho, eu não tinha completa confiança neste menino.
_ Sim, eu sei me cuidar.
A aula passou numa rapidez tão intensa que nem deu tempo pra nada, na hora do recreio eu e Bê ficamos separados, ele com os amiguinhos dele lá (aqueles garotos de sempre, que gostam de ir em shows pra ficar pegando inúmeras garotas só pra mostrar que são os tais) e eu e Bella juntos, sentados numa mesinha, como sempre rodeado de pessoas, de vez em quando o meu olhar cruzava com o de Bê, mais eu logo desviava, a gente não podia se entregar, tínhamos que manter uma distância saudável, não podíamos deixar transparecer nada, se não estávamos ferrados.
_ E a sua ficante Icky?
_ Am-eu não estava prestando atenção em nada que eles falavam- que ficante?
_ A menina que tu tava garrando, lembra?
_ Não- respirei aliviado- aquilo lá era só uma treta, já passou Denise, já passou.
_ Nó, jurava que vocês iriam dar algo a mais, você me parece tão feliz.
_ Só aparência Denize, só aparência.
Agora que me caiu a ficha, com quem eu iria inventar que estava ficando? Porque trair Bê eu não iria, eu não podia, eu tinha que arrumar uma desculpa pra não ficar com ninguém, mais qual?
O sinal pro final da aula bateu, Bella se atirou na frente, diz que tinha que conversar algo com Rômulo, eu nem entendia muito o interesse repentino dela nele, mais deixa, ela ta feliz, isto que interessa. Quando saímos pelo portão, percebi o quanto chovia, eu e Bê nus olhamos:
_ E agora?
_ Eu que vou saber?- retruquei_ Bella concerteza já foi ou não vai agora, o ponto é lá no final da rua, vamos ter que molhar.
_ E entrar no ônibus todo molhados? Jamais.
_ Minha mãe não vai poder buscar a gente!
_ Ai meu Deus-Bê cossava a cabeça no sinal de preocupação.
Eu nestes últimos tempos estava vivendo muita adrenalina, toda essa sensação que eu tava sentindo era novas pra min, isto estava me sobrecarregando demais, eu precisava expulsar aquilo ou iria explodir. E ir embora na chuva seria uma boa, me faria bem, já que tinha tempos que não fazia uma coisa tipo está.
_ Porque não vamos embora na chuva?
_ Você enlouqueceu?
_ Não-eu olhei pra ele e sorri, com um ar de felicidade, ele concerteza entendeu o que eu queria dizer, estalei meus dedos e comecei- Um, dois..
_ Pêra- ele segurou minha mão- apostar uma corrida?
_ Se você aceitar perder, porque não?
_ Hã- ele soltou uma bela risada- você é um frangote.
_ Você que acha.
_ então vamos, dois, três e já... no sinal positivo nos começamos a correr pela rua feito dois loucos, os pingos de chuva batiam como pregos no meu rosto, molhavam meus cabelos e me faziam sentir vivo, mais vivo do que nunca, era como voltar aos meus tempos de criança, me lembrei das vezes que fugia de casa pra tomar banho de chuva no play do prédio. A minha respiração ficou mais difícil, cada passo que eu dava parecia uma eternidade, eu percebi que estava me cansando, parei de correr um pouco e abrir meus braços olhando para o céu, Nunca tinha experimentado tanta felicidade na minha vida, era meu momento único, Bê do meu lado era tudo que eu mais precisava.
_ Peguei-Bê me segurou pela cintura me fazendo rodopiar no ar, atrapalhando meu momento, mais não me importava, nós estávamos todo molhados, ou melhor, encharcados, a rua era deserta, nem sei ao certo onde estávamos, mais acho que já era perto de casa, eu passei a mão por volta do seu ombro e ele me segurou mais forte- quem venceu?
_ Não sei, acho que foi você?- eu sorri.
_ E o que eu mereço?- ele me levantou até na altura dos seus olhos, me olhava fixamente, eu fiquei meio sem jeito.
_ Não sei, deixa me ver, um beijo?
_ Só se for agora- ele me apertou ainda mais contra seu peito e me deu um longo beijo, que era aquilo? Eu e Bê no meio da rua, na chuva, nos beijando, nunca na minha vida pensamos em fazer isto, concerteza era uma coisa muito diferente do que sonhei pra min, mais eu estava amando.
_ A gente é louco-eu sussurrei no ouvido dele.
_ Loucos mais felizes que já vi!- ele sorriu e me desceu do seu abraço de urso.
_ Você nunca vai me deixar?- eu estava baixando a guarda, não podia ter perguntado isto, era muito doentio da minha parte, eu estava me entregando totalmente, o que ele iria pensar? Que eu estava louco de amor por ele.
_ Jamais, eu não deixaria minha felicidade de lado!
Eu sorri o abraçando, isto me confortava me fazia acreditar em amor eterno, me fazia acreditar ainda mais está vivendo um conto de fadas!
Nós nus sentamos na beirada do meio fio e ficamos lá, conversando, os momentos com Bê eram únicos e marcantes.
_ Acho que devemos ir, a chuva já ta passando.
_È, mamãe deve ta preocupada já.
_ vamos - ele levantou e estendeu a mão pra me ajudar a levantar, andamos mais umas 15 quadras até chegar o condomínio, eu estava morto de cansado e ensopado, eu e Bê andávamos e sorriamos alegremente, parecíamos dois loucos varridos, ninguém conseguia entender muito bem o que se passava na nossa cabeça.
Quando abrimos a porta do apartamento, mamãe e Fabrício estavam lá, sentados, estáticos, esperando pela gente.
_ Onde vocês estavam?- ela já se virou e veio pro meu lado.
_ È que a gente veio a pé, na chuva mamãe.
_ Vocês são loucos, é muito longe, e tomar essa chuva toda, não vai ser bom pra vocês.
_ Ah, foi até bom tia, a gente se divertiu-explicou Bê.
_ È melhor contar agora Sarah- Fabrício se levantou do sofá com um ar preocupante e amedrontado.
_ Contar o que mamãe? O que aconteceu?
_ Icky e Bê, quero que vocês sentem-se, quero conversar com vocês!
_ Mais o que aconteceu tia? O que foi?_ Bê já foi pro lado do sofá morrendo de medo e preocupação.
_Bem, layla..
_ O que aconteceu com minha amiga mamãe?- eu já corri pra perto dela e quis logo saber.
_ Icky, calma meu bem, é preciso que você fique calmo.
_Não, eu não vou ficar enquanto não souber o que aconteceu com minha amiga!- me desesperei.
_ Bem, Layla sofreu um acidente!
_ O que?- meu mundo verdadeiramente desabou, fiquei frio,gelado, meu estomago se revirava, eu estava tão feliz, tão alegre, e agora recebo uma noticia desta, me sentei no sofá meio tonto,lagrimas vieram nos meus olhos.
_ O que aconteceu tia?- Bê estava apreensivo.
_ Bem, ela estava de carro com aquele namoradinho dela, ele passou por uma Blitz e a policia percebeu algo estranho, ele acelerou o carro e perdeu o controle- minha mãe fez uma pausa pra respirar, ela também estava muito nervosa, eu já estava em prantos- o carro virou e caiu da ribanceira, Ele morreu na hora, mais Layla esta no hospital, não sabemos ao certo como ela está, eu estava esperando você chegar pra ir pra lá.
_ Eu quero ir mamãe, eu não posso ficar aqui sabendo que minha amiga está aqui-do jeito que eu tava não iria ajudar muito, mais ficar em casa sabendo que minha amiga estava no hospital seria muito mais dolorido pra min.
_ Icki, calma, vai tomar um banho, a gente vai te levar pra lá- Fabrício disse tentando me acalmar.
_ Sim-eu enxuguei as lagrimas e me esforçando ao máximo pra me levantar do sofá, desde que recebi a noticia eu tinha me congelado nele e não conseguia me levantar, Bê estava pálido, olhava pra frente sem piscar, a noticia deixou todos espantados-Eu vou tomar um banho, me esperam?
_ Sim filho-ela veio até min e me deu um beijo na testa-vai você e o Bernado tomar um banho, a gente espera vocês aqui.
Eu subi as escadas mudo, Bê do meu lado, também sem dizer uma só palavra, minha cara de abatido concerteza estava estampada, meu coração parecia que estava sendo amassado por uma mão invisível, as lagrimas corriam sem permissão.
_ Oh meu Deus”- exclamei ao entrar no quarto- porque a Layla, logo minha amiga?
_ Icky- Bê veio até min e me abraçou- calma, a gente não sabe como ela tá, ela pode estar bem, a gente tem que acreditar nisto- ele passava a mão no meu cabelo tentando me acalmar.
Eu me forcei no abraço dele, pelo menos isto me confortava um pouco, eu era péssimo pra estas coisas, eu era frágil, não tinha uma mente muito boa pra noticias ruins, isto me perturbava muito, eu me sentia um inútil. Bê fez questão de deitar um pouco comigo, me abraçando, a vibração boa que vinha do abraço dele me fortaleceu, era como um carregador de energia, o calor da sua pele me esquentou, por min, não tinha forças nem pra ir no hospital, não tinha força pra me levantar da cama, foi ele que me encorajou, foi ele que me deu forças.
_ Acho que temos que tomar banho agora!
_ Certo!- eu o apertei mais no meu abraço, pra sentir seu cheiro que era sem igual, eu já tinha gravado seu perfume na memória, era como um ativador da minha felicidade-eu vou primeiro.
_ Não, eu tomo banho no corredor, pode ficar tranqüilo.
_ Está bem-eu o beijei.
O caminho do hospital foi trágico, todos nós estávamos calados, sem dizer uma só palavra, eu ainda estava pasmo, calado, pensativo, me perguntava o por quê disto tudo, justo com minha amiga, eu tentava buscar explicações viáveis, eu me sentia um covarde, em não está com ela na hora que ela mais precisava, em não ter alertado minha amiga, em ter deixado ela ir de carro com aquele crápula, mesmo sabendo que não tinha culpa nenhuma nesta historia, eu me sentia um pouco culpado, um pouco cúmplice disto tudo.
Quando chegamos ao hospital fomos direto pra salinha que antecedia a UTI, isto me assustou, concerteza o caso de Layla era grave, enfim chegamos a uma salinha com paredes azul clara e pequenas poltronas amarelas, era uma salinha de espera, lá logo avistei Bella e Gui, eles estavam inconsoláveis, Bella tinha os olhos fundos de tanto chorar, e Gui me parecia assustado.
_ Cadê ela?- cheguei já perguntando, Bê, mamãe e Fabrício logo atrás de min, eu como estava maluco, corri na frente pra saber logo o que tinha acontecido.
_ Ela acabou de entrar na sala de cirurgia!
_ Cirurgia? Pra que?- eu me sentei, não conseguia dar mais um passo sozinho, minhas pernas estavam bambas, eu iria dar um treco.
_ Não sabemos, só sabemos que ela vai passar por uma cirurgia demorada agora, o caso dele é grave-disse Rômulo, que estava lá acompanhando Bella.
_ O que?- me levantei espantado enxugando minhas lágrimas-Eles não vieram aqui dar nenhuma noticia ainda?
_ Não_ Gui estava perto da gente me encarando, como se eu fosse uma coisa estranha e sobrenatural-Nós só sabemos que ela vai passar por uma cirurgia agora.
_ OH meu Deus!- agora eu já estava andando prum lado e pro outro, coçando a cabeça, o que teria acontecido com Layla, ficar sem noticias assim seria um martírio_ E cadê a tia? Cadê a mão da Layla?
_ Ela ta no soro!- disse Bella.
_ Soro?- agora que me caiu a ficha, eu estava em um hospital, a bolha que eu tinha formado se rompeu, eu odiava aquele ambiente, da ultima vez que entrei num voltei pra casa órfão de pai, enfim, este clima de calmaria me pertubava.
_ E, ela não aquentou a pressão, começou a sentir umas tonturas e entrou pra tomar soro.
_ Gente!- não aquentei ficar de pé mais, me sentei colocando os cotovelos sobre os joelhos apoiando minha cabeça e limpando os olhos_ Porque com a Layla, porque?_ eu falava sem acreditar.
_ Fabrício você é médico, Tem livre acesso, busque alguma informação pra gente?
_ Vou tentar Sarah, vou ver o que posso fazer- ele beijo a testa dela com carinho e se foi.
_ Calma filho!-mamãe sentou na cadeira do lado e segurou minha mão_ Tudo vai acabar bem!
_ Cadê Bê?- agora que percebi que ele tinha sumido do meu campo de visão
_ Ele foi levar Bella pra dar uma volta, vê se acalma e se ela come um pouco!- ela passou a mão na minha cabeça e alisou meus cabelos.
_ mãe?
_ o que foi filho?
_ Dá ultima vez que estivemos aqui, nós voltamos sem o papai!
_ Eu sei meu filho, eu sei- ela me agarrou mais forte, como se isto fosse me confortar ainda mais- mais agora vai ser diferente- ela sussurrou- eu sei que vai.
_Icky?- levantei minha cabeça que estava apoiada sobre o peito da minha mãe, era Bê com um copo de café na minha frente- toma, vai te fazer bem!
_ Não, não quero!- realmente minha barriga estava rodando, minha garganta fechada, eu não conseguiria tomar nada naquele momento.
_ Filho, toma um pouco, vai te fazer bem_ ela pegou o copo da mão de Bê e me ofereceu-por favor?
_ Tá-pequei o copo e comecei a tomar, quando vi Fabrício voltando, eu, Bella e Bê corremos até ele!
_ E ai? Ela vai ficar bem não vai?_ Bella tratou logo de perguntar.
_ Calma crianças-ele fez sinal para que nos nus assentar_ calma!
_ Fala Fabrício, fala!- eu estalava os dedos e mordia os lábios de nervosismo
_ Bem, ela acabou de ser operada, ela fraturou o Fêmur e teve uma lesão na coluna óssea, agora é esperar, ela vai passar por uma bateria de exames e logo depois eles dão o diagnostico.
_ Mas ela ta bem né? Ta acordada?- perguntou Bê apreensivo.
_ Ela foi sedada por causa das fortes dores que ela sentia, agora ela dorme.
_ Meu pai-eu alisava meu cabelo e meu rosto, até quando a gente iria ficar ali, sem ver ela, sem ter noticias de como ela iria ficar, e quando iria sair dali.
_ Icku?
_Âm?- era Bê que estava do meu lado, com certeza tinha percebido meu estado de eloqüência.
_ Toma o café, vai te fazer bem_ ele disso isso colocando a mão no meu ombro.
_ Tá-falei meio que acordando.
1,2,3 horas e nada de noticias, eu não estava aquentando mais ficar ali,eu gritava desesperadamente por dentro, estava sendo muito difícil, Bella estava toda desengonçada no meu colo, eu alisava os lindos cabelos ruivos dela, Bê estava na recepção ligando pra mãe dele, ela não pode ir pra lá, mais de hora em hora ligava pra saber noticias, eu estava de olhos fechados, tentando fazer o tempo passar mais rápido.
_ Icaro!
_ Am-me concertei na cadeira e abri os olhos, era mamãe.
_ A gente vai ter que ir, Fabrício veio comigo, deixou o carro dele lá em casa, agora vou ter que leva-lo, ele pega plantão daqui a pouco.
_ Mãe, mais eu não posso ir e deixa-los aqui, sozinhos-Bella levantou do meu colo e eu me pus de pé-e eu não vou agüentar ficar lá em casa sem noticias.
_ Certo, você pode ficar, eu volto pra te buscar.
_ Tá mamãe-ela me abraçou e me de um beijo.
_ Vai dá tudo certo, confia em min

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cap. 13: Chuva


Eu estava convicto que eu e Bê nascemos um para o outro, bem, já era agosto, as férias de julho passou como um vulto, era só duas semaninhas né, mais ultimamente o tempo passa meio rápido assim mesmo! Depois que nós começamos a ficar não deixamos de nus ver sequer um dia, nas ferias, todo dia, eu ia na casa dele e ele vinha na minha, saímos pra barzinhos (com a galera), pra shopping (com a galera) ou íamos andar na rua (com a galera), não tínhamos tempo o suficiente pra gente, a galera sempre estava no meio, mais quando ele vinha dormir aqui em casa era diferente, nos aproveitávamos todos os momentos juntos, era como se fosse mágico!
Bem, minha vida continuava quase a mesma, escola, galera, baladas, mamãe, dindinha e Fabrício (é, Fabrício era o novo namorado da minha mãe) isto mesmo, minha mãe estava namorando.Fabrício era médico pediátrico, era moreno de olhos verdes, com um grande porte físico e boa indule, isto pelo menos eu achava né, ele é um bom partido pra ela, pelo o menos ela estava feliz, isto que importava!
_ Zuiudinho? vai na aula hoje não?- dindinha entra no meu quarto perguntando
_ vou sim- ela veio e me deu um leve beijo no rosto, ela estava radiante hoje, ontem ela fez um belo dia de beleza, escovou cabelo, sombransselhas, enfim, estava linda- quem é esta que esta me acordando hein? Pode devolver a minha dindinha?
_ Para de bobeira menino e levanta!- eu ri, me levantei e pulei nas costas dela!
_ Você é a melhor dindinha do mundo sabia-eu a beijava no rosto e falava ultimamente eu estava mais feliz do que o costume, realmente, Bê estava me fazendo bem!
_ Desci das minhas costas menino-ela me tirou de suas costas e me jogou na cama de volta me dando algumas tapinhas na bunda, é, ela tinha uma cisma com minhas nádegas!
_ Ah, me deixa faltar de aula hoje heein?- falei implorando, o primeiro dia de aula depois das férias nunca tem nada de interessante, é sempre assim, os professores dão alguma dinâmica e mais nada, eu iria perder minha manhã toda por nada? Não mesmo!
_ Zuiudinho, você tem que ir, é seu primeiro dia de aula, vai que tem algo de importante, e afinal, sua mãe não ta aqui mais ela me mandou te acordar e mandar você pra aula!
_ Mãe já saiu?
_ já sim _ ela falou me entregando a toalha-já foi pro supermercado já
_Nossa, ultimamente ela anda trabalhando demais dindinha-falei preocupado, porque era verdade, mãe andava muito ocupada ultimamente, era o dia todo enfiado naqueles supermercados, nem via ela direito!
_ È zuiudinho, ta difícil pra ela, mais isto logo passa, agora vai tomar seu banho vai-ela me levantou da cama, eu a abracei e a beijei
_ já que insiste né!
Fui tomar meu banho, hoje concerteza teria que ir de ônibus, como minha mãe não estava em casa, seria bom, eu poderia correr o risco de ver Nicole, ela andava meio sumida, sempre me ligava, não sei porque, dumas duas semanas pra cá não deu noticias. Bem, acabei de tomar meu banho e desci pra comer algo, dindinha ja tinha feito todo o café, sentei-me na mesa com ela pra dar algumas palavrinhas.
- Zuiudinho, sua mãe deixou dinheiro pra você ir de ônibus, está bem?
_ Ahan, sem problemas, agora ja sei me vira sozinho!
_ Ta virando homenzim crescido né- ela apertou minhas mãos-
_Não é pra tanto né dindinha-eu ri alto, ela me acompanhou, de repente meu telefone toca, era Bê, sempre que ele ligava meu coração apertava, apesar de ver ele todos os dias, a saudade que me apertava era muita, não aquentava ficar um minuto se quer longe dele, e também, nós dois na rua não podíamos ter nenhum laço de afetividade, tínhamos que todo tempo fingir ser somente amigos, fazer um teatrinho pra todos, e as vezes eu tinha que aquentar ver ele chegar em meninas la da escola pra dechavár com os garotos da nossa classe, afinal, ele não aquentava ficar sem sua fama de pegador! isto me matava, mais tudo bem, por ele eu supero! Pequei meu telefone e atende:
_ alo? Bê?
_ Icky?_ sim, ele agora me chamava de icky, não sei se é um apelido carinhoso ou preguiça de falar meu nome inteiro, mais ate que gostei_ ta pronto já?
_ To, só terminando de tomar café, por quê?
_ Vamos de buzão pra escola hoje cara, meu pai não vai poder-me levar-ele falou
_ Lógico, eu já tava indo também, minha mãe foi pro supermercado e não me pode levar_ que ótimo, era bom que ele poderia conhecer Nicole!
_ Ta bom, eu subo pra ai, pegamos no ponto perto de sua casa-aaah, mais um pouquinho de horas com Bê, era bom demais pra ser verdade!
_ Ta legal, sobe ai então!
Desliguei o tel. e fui pro meu quarto escovar meus dentes de novo, dindinha toda hora me gritava 'MENINO, VAI PERDER HORA, CORRE', nossa, as vezes ela conseguia ser mais enjoada que minha mãe! Desci e dei um beijo na Luciá, ela era enjoadinha mais era minha segunda mãe né!
_Vai com Deus zuiudinho, e não fica enrolando na rua não ta-ela apertou minhas bochechas, que sempre ficavam mais vermelhas só de alguém encostar nelas!
_ Ta bom dindinha, te amo-dei um leve tapinha na cabeça dela e sai pela porta correndo, é, eu adorava brincar com ela!
Quando chequei no portão do condomínio, lá estava ele, Bê , sempre bonito como sempre!
_ Que demora cara!
_ Vai te lascar moleque, sabe que demoro pra me arrumar!
_ Não sei pra quê tanto assim, a gente ta indo pra escola e não pra balada!
_ Vai começar já?- é, as vezes ele tinha essas quedinhas de ciúmes que eu particularmente amava
_Tá, parei, mais aqui, qual ônibus a gente pega?
_ Tem uma vez que fui pra escola de buzão, ele passa daqui a pouco, é só esperar aqui no ponto!
_ Legal, vamos sair com a galera hoje?_ ele se virou pra min e sentou-se no ponto
_ È, sempre a galera no meio-eu me sentei também, com cara de ironia, enfim, eu amava todos meus amigos, mais a gente sempre saia com eles, não tínhamos tempo pra gente, desde quando a gente começo a ficar (que ta quase completando um mês) nós só saiamos com a galera
_ Icky, você sabe que a gente tem que poupar, ninguém pode saber da gente, lembra o que conversamos né, nós não podemos nus revelar, seria o fim- ele me olhou espantado
_ Tá bom-eu olhei pra ele e sorri, não aquentava ficar com raiva dele por muito tempo, era sempre assim, ele me convencia sempre com desculpas esfarrapadas!
_ É assim que se fala moleque!- ele me deu um soquinho no ombro, eu não aquentava estas brincadeiras masculinas de Bê, ele sempre fazia isto, principalmente perto dos amigos dele-Ah, desculpa, sei que você não gosta!
_ É,ah Bê, num sei se quero sair hoje!
_ Sem você eu não vou-meus olhos brilharam nesta hora, como assim,ele iria deixar de badalar por minha causa?
_ como assim não vai?
_ Sem você não tem graça- cara, eu não acreditava que ele tava fazendo isto, não acreditava mesmo, minha felicidade foi tão grande que ele percebeu- bobinho, esqueceu que você é minha felicidade agora? aah, vem um ônibus ali, é o nosso!
_ haam?- perde ate a noção do espaço nesta hora, as vezes Bê me falava algumas coisas que era ate difícil de acreditar, como se tudo isto que eu estava vivendo fosse um sonho, um belo sonho_ e sim, é o nosso, da sinal ai!
Bem, Nicolé, por minha infelicidade não estava no ônibus, eu queria tanto ver ela, tanto, estava com saudades daquela que me ajudou muito na hora de desespero, e eu também queria que Bê conheçe-se ela, vivo falando dela pra ele.
_ Bê- ele estava andando na frente, a gente estava meio atrasado, então ele estava andando mais na frente pra chegar na escola rápido, assim que descemos do ônibus ele disparou na frente
_ O que?
_ Já falei te amo hoje?_ eu me espantei comigo mesmo, nós estávamos no meio da rua, perto da escola, e eu falando uma coisa desta, era de se espantar!
_ Não, você não falou- ele parou de repente, virou-se e olhou pra min - hoje você nem me cumprimentou como se deve!
_ Estávamos no meio da rua certo! o que ja falamos sobre isto?_ parei de frente a ele, não podia chegar mais perto, os meus estímulos não eram tão controláveis como antigamente!
_ Certo! mais até uma semana atrás você me mandava mensagem no tel. todas manhãs falando 'eu te amo'
_ Mais você me ligou, eu iria te ver antes de chegar na escola, então pra que eu iria fazer isto?
_ Eu não falei hoje, falei a uma semana atrás_ nos resolvemos sentar-nos no meio fio perto da entrada da escola, longe do muvucão de topiques e carros que chegavam
_ Eu tava sem credito lembra? eu já tinha te falado_ e era verdade, meus créditos tinha acabado, como é que ele queria que eu mandasse mensagem pra ele, pra falar a verdade, eu poderia ter ficado calado em relação a isto tudo!
_ Ta né, mais deixa isto pra lá, eu também não falei EU TE AMO hoje, certo!
_ Você não fala nunca_ eu abaixei a cabeça, colocando a mãos nos pés, minha cara queimando de vergonha, eu não era bom pra falar de relacionamentos, mais eu tinha que colocar algumas coisas pra fora, já tinha me cansado disto, de so eu procurar ele, de só sair com a galera, a gente tava ficando ou não?
_ Certo, o que eu faço então, me ajoelhe aqui e fale eu te amo pra todos ouvirem e jogar pedra na gente depois?
_ Não é pra tanto né Bê- como ele se irritava fácil, não era disto que eu estava falando - pelo menos podia ser um pouco carinhoso comigo! afinal, vai fazer um mês que a gente ta ficando né!
_ Ta então, vou tentar melhorar certo_ ele deu com os braço- e você, trate de me mandar mais mensagens_ ele sorriu, eu como um contagio também sorri, e fiquei lá, com cara de bobo olhando pra ele- E semana que vém eu vou de dar um presente especial de aniversario de ficantes!
_ Não, não precisa não _ não precisava mesmo, afinal a gente ta so ficando por enquanto, nada demais- é só um mês, e a gente nem ta namorando, então, é inútil isto!
_ Mais eu quero te dar, posso? _ ele falou com raiva, eu ate me espantei!
_ Ta então, só se você deixar eu te dar um também!
_ Certo_ nos apertamos as mãos, ele olhou pra min e disse:- vamos entrar, portão da quase fechando já!
_ Certo, mais não vai me aprontar nenhuma surpresa ok!
_ Ok, ok, eu não vou aprontar- ele cruzou os dedos e sorriu- eu juro!
Cara, Bê era demais pra min, aonde eu fui arranjar uma pessoa tão perfeita como ele? Tão atencioso e diferente? Não, eu não conseguiria outra pessoa assim, concerteza eu queria ele pra vida toda, isto era um fato.Ao entrarmos no portão da escola, damos de cara com Bella, que correu pra gente num abraço super apertado.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cap 12: Felicidade é um fim de tarde.. parte II

_ E vocês se lembram quando o Bê brigou como profê de matemática?
Todos riram.
_ E a gente desceu pra secretaria pra defender ele.
_ Nossa nem me fala, foi a primeira vez que minha mãe foi chamada na escola!
_ Sempre corretinho né Icaro.
_ Põ, Bella, tem que ser né, não sou igual a você que consegue dobrar todo mundo-eu ri, pois me lembrei do ocorrido quando ela inventou pra diretora que eu estava mal, só pra ir embora!
Ela deitou no meu colo e no colo de Bê, suspirou e disse:
_ Ah, como é bom sair com vocês, sentia falta, a gente só sabe sair com a galera, nem da pra conversar direito!
_ Realmente, sinto falta do tempo que era só nos três.
_ Bê, mais a galera também são nossos amigos!
_ Mais não desde pequeno, como eu , você e Bella.
_ È, a gente cresceu junto né? Até tirei a virgindade de boca do Icaro-ela riu.
_ Vamos parar vocês dois, o que importa agora é que a gente ta junto e nada mais nus separa!
_ Tem razão Bê- ela levantou do nosso colo, olhou pra nós e nus abraçou- Eu amo vocês dois!
_ Ah-eu e Bê nus olhamos, como se uma idéia pudesse fluir de uma mente pra outra, eu e ele, ao mesmo tempo gritamos ‘cócegas’ , e juntamos em cima da Bella, fazendo cócegas nela, ela rolava no chão e ria alto, e nos três rolávamos no chão, foi uma experiência ótima, agora nossa roupa estava toda empoeirada e nus deitamos no chão olhando pro céu.
_ Caraça, por isso que dizem que felicidade não se compra!
_ Realmente-Bella apontou uma nuvem em formato de coelho_ dinheiro nenhum compra este momento.
Eles tinham razão, ficar ali com eles, brincando e zoando não me custou nada, nenhum centavo, isso chegou como uma facada no meu peito, eu sempre acreditei que o motivo de minha felicidade era ser rico, ou melhor, fazer parte da classe rica da minha cidade, nunca me misturei com gente de outra classe social, eu era realmente um burguesinho, achava que todas as pessoas pobres eram tristes, tanto pela falta de dinheiro e tanto pelos problemas que isso trazia, eu era um preconceituoso.
_Que lindo-exclamou Bê.
E era lindo mesmo, aquela grande bola laranja se escondendo atrás de uma montanha, foi um dos momentos mais mágicos de minha vida, um verdadeiro espetáculo da natureza, sentamos de novo na grama, Bella com a cabeça apoiado nos meus ombros, e Bê do meu outro lado com as mãos grudadas na minha acariciando meus dedos, tudo escondido de Bella não ver lógico, e nós três ficamos lá, em silêncio, maravilhados com aquela cena, com aquela visão, com aquele lugar.
Quando o ultimo filete de luz se escondeu por de trás da montanha e o céu começou a escurecer, nós parecendo ter acordado de um transe, percebemos que já era tarde.
_ Caraça, o tempo passou e a gente nem viu.
_ È mesmo, já ta ficando escuro, e agora?
_ È só a gente descer e pegar o busão Icaro.
_Não, ta escuro demais, até a gente descer isso tudo, Bella liga pro seu pai buscar a gente?- nos juntamos o lixo que a gente fez e caminhamos em direção a rua.
_ Você ta doido? Ele nunca vai querer buscar a gente, ainda mais cá em cima!
_ O jeito é ligar pra sua mãe Icaro!
_ È, fazer o que?- enfiei a mão no bolso, peguei meu celular e disquei pra mãe
_ Meu filho, aonde você ta?
_ Ah mamãe, sai com Bella e Bê.
_ Nossa, fiquei preocupada, vocês sumiram!
_ È, a gente não viu o tempo passar, mais aqui, da pra senhora buscar a gente?
_ Dá, aonde vocês estão?
_ Não tem aquela pizzaria que a gente vem direto? Cá em cima da colina, pois é, estamos perto dela.
_ Caramba, o que vocês estão fazendo ai?
_ Ah, um pick-nick e vendo o pôr do sol.
_ Porque não me chamaram seus ingratos, mais tudo bem, espera ai perto da pizzaria que já vou buscar vocês.
_ Ta bom mamãe, eu te amo.
_ Também meu anjo, muito!
Fomos andando até a pizzaria, por mais que eu tentava a idéia dos meus preconceitos não saia da minha mente, eu precisava fazer algo, algo pra melhor meu relacionamento com o ser humano, mais isto não era importante agora, já que as férias estavam chegando, e eu e Bê poderíamos passar ela toda juntos, isto era o mais importante agora, me deixava super feliz.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cap 12: Felicidade é um fim de tarde olhando o pôr do sol.



Quando abri meus olhos Bêrnado estava lá, na cama, deitado, olhando pra min enquanto dormir, com o rosto em cima das mãos, eu nunca havia acordado com alguém do meu lado.
_ Quanto tempo ta acordado?- disse bocejando.
_ Eu sei lá, mais ou menos uma hora!
_ E porque não me acordou também?
_ Eu não, você dorme tão bonito, fiquei aqui, olhando seu sono.
_ Mentira!- que lindo, Bê estava se saindo melhor que á encomenda!_ para de asneira!
_ Serio! Dorme como um bebê!
_ Nunca! Meu olho cheio de remela, meu cabelo dessarumado- me levantei e sentei na cama encostando na parede_ e meu bafo de onça!
Bernado riu e com um pulo se sentou na cama bem em frente a min, agora que percebe como ele estava lindo, a luz do sol estava realçando seus cabelos loiros e seus lindos olhos azuis.
_ Bom dia!
_ Bom dia Bê_ eu alisei seu rosto e dei um beijo na sua bochecha_ dormiu bem?
_ Sim, mais ou menos,, você se mexe demais á noite, parece uma minhoca no asfalto!
_ Vai te catar moleque_ eu percebe agora que o cochonete que minha mãe preparou pra Bê não tinha nem sido tocado-acho melhor a gente desarrumar sua cama,você nem se deitou nela!
_ Mas qualquer coisa eu falo que eu arrumei!
_ Não! Lúcia sabe que eu não arrumo minha cama nem nada!
_ O que? Você não arruma sua própria cama?
_ Não, Lúcia que faz isto todo dia!
_ è, mais ela tem muito mais coisas pra fazer do que ficar arrumando cama de marmanjo velho!
_ Vai ficar me dando sermão agora?_ pequei minha toalha pra ir tomar banho!
_ Não, mais você tem que saber se virar, daqui uns dias vai ter que sair de casa!
_ Eu sei, depois eu aprendo.
_Não, vamos agora!- ele me puxou pra perto dele e começou a me ensinar a arrumar a cama, não acreditava naquilo, eu ria da situação, mais até que gostei, Bê me fazia sentir bem_ e pronto, assim que se arruma uma cama!
_ Ta bom senhor sabichão, agora vamos tomar banho?
_ sim, ele me abraçou e me de um selinho_ vou arrumar a minha cama e vou tomar banho no banheiro do corredor.
_ Ta bem- eu fui pro banheiro, afinal, hoje era domingo mais ia ter aula de simulado pra gente, como era difícil a vida de estudante!
Quando cheguei na cozinha mãe, Lúcia e Bê já estavam lá, abracei e beijei elas, cumprimentei Bê com um aperto de mão que só nós sabíamos, sabe, aqueles cheio de coisinhas, e me sentei na cadeira de frente a ele.
_ Dormiu mais que a cama hein?
_ Nada mãe, só demorei a tomar banho.
_ Pelo visto você e Bê voltaram as pazes? Nada como uma convivência para que se retorne a paz- todos nós rimos, eu e Bê ainda mais, pois só nos sabíamos o que ocorreu.
E por falar nisto, era tão bom ter esse segredo com Bernado, eu me sentia um aventureiro, como um amor secreto, como se dizem, tudo que é errado é mais gostoso!
_ Meu bem, hoje quem elva você é o pai da Bella, eu tenho uns compromissos.
_ Compromisso é tia Sarah?- Bernado começou a zuar minha mãe, eu entrei na dele, afinal, minha mãe poderia estar com alguém, finalmente, ela poderia estar feliz.
A campainha tocou, eu corri pra atender, era Bella.
_ Vamos, meu pai está lá embaixo esperando a gente!
_ Pêra ai, vou chamar o Bê!
_ O Bê ta ai?
_ Ta, esqueceu que ele veio dormir aqui.
_ Ah é, como pude me esquecer, mais pêra ai? Vocês voltaram a convesar?
Eu sorri pra ela, confirmei com a cabeça, ela deu alguns pulinhos e deu algumas palminhas sorrindo de felicidade, ela sempre quis que a gente voltasse a conversar, afinal, ela é amiga dos dois! Fui até a cozinha, me despedir da mãe e Lucia, peguei a bolsa e nós fomos Bella passou a mão no meu ombro e no ombro de Bê e gritou saltitando:
_ Como é bom abraçar vocês dois, e juntos!
_ Nada, é você que ficou metida-o elevador chegou e nós entramos nele_ Mas o importante que nos estamos juntos de novo!
_ Graças a Deus!- Bella vez cafuné em nó dois e respirou fundo.
_ Estudar no domingo quem aquenta?_ Resmungou Bê!
_ è, a gente uma hora dessa podia vendo Tv, indo pro shopping ou coisa e tal.
_ E Bella, vocês reclamam demais, a gente vai pra escola e depois, quando a gente vaza de lá, vamos pensar no que fazer!_ o elevador chegou no térreo.
_ Vamos simbora então!
E foi dito e feito, a aula passou num pulo, fizemos o simuladão, todo mundo da galera ficou pasmo ao ver eu e Bê conversando, pois ele já haviam acostumado em ver a gente separado um do outro.
_ e agora? Aonde a gente vai?
_ Sei lá Bella? Vamos pro shopping?
_ Ah não, nós já tivemos lá ontem!
_ Vocês foram, eu não, esqueceram?
_ Bê, você que não quis ir- chegamos na padaria que ficava na esquina da escola, comprei alguns balas e depois virei pra eles e disse: _ Gente, ainda é 1 hora da tarde, temos que achar um lugar pra ir, eu não quero passar a tarde do meu domingo enfurnado em casa!
_ È, concerteza, nem sua mãe ta lá!
_ Com sabe?
_ Ela disse pra min que iria sair.
_ Minha mãe ta com treta!- eu ri!
_ Concerteza_ Bê riu e bateu na minha mão, chegamos perto do ponto de ônibus, parece que Bernado teve um surto de inteligência, então disse: vei’, eu vou levar vocês pra um lugar ótimo!
_ Aonde?- perguntou Bella, que ficou calada até agora olhando pro tempo_ mais vamos comprar algo pra comer e pra tomar, vamos fazer um pick-nick!
_ è, me parece melhor do que ficar cm casa!
_ Isso mesmo! _ Bella sorria de alegria_ vai ser pra marcar a volta do trio imbatível, vamos voltar na padaria e comprar algo.
Voltamos na padaria e compramos comida pra um batalhão, Biscoito, Bolos, pipocas, sucos, Salgados, tudo que você pensar, nossas mãos ficaram cheias de sacolas.
_ E agora? Como que nós vamos?
_ De ônibus, é lógico.
_ Ah, não eu nunca andei de ônibus.
_ Deixa de ser fresca Bella, tem nada demais, é gostoso, um dia desses eu pequei pra vir pra escola, foi divertido.
_ È, e o lugar é aqui perto.
_ ta legal, fazer o que né?
A gente foi de ônibus mesmo, cara, como foi divertido, nos riamos, conversávamos e cantávamos, ninguém entendia o motivo de nossa felicidade, mas a gente é adolescente, e a felicidade em nós é uma coisa espontânea.
Enfim, chegamos, o nome do bairro era Panorama, só pelo nome deu pra se notar né, é um bairro bem aconchegante, eu tinha ido lá algumas vezes, com minha mãe, mais nunca havia percebido que era tão bonito assim.
_ E agora? Pra onde a gente vai?
_ Calma, a gente tem que andar um pouco ainda!
_ andar?- Eu e Bella exclamamos juntos.
_ È, o lugar é lá em cima- ele apontou pra cima de uma colina, eu já conhecia pois é lá que fica uma pizzaria que eu e minha mãe adorávamos.
_ Mas o que tem lá em cima?
_ Calma Bella, você vai ver, vale a pena!
_ Assim espero!
Caraça, nem sei quantos morros nós subimos, mais foi muitos minha perna chegou a ficar doce, e o topo da colina nunca chegava, Bem mais não importava o companhia da Bella e Bernado já bastava.
_ Chegávamos!
_ Já?- era um vasto campo de terra, maravilhoso, á vista era deslumbrante, dava pra ver quase a cidade toda, prédios, avenidas e campos de futebol, caraça, dava pra ver até nossa escola!
_ Que lindo! Mais que lugar maravilhoso Bê!
_ È, eu sei! A Amandinha me trouxe aqui um dia, este lugar é usado como monte de oração, mais muita gente vem pra cá fazer pick-nick!
_ E com razão, a vista é maravilhosa!
_ Eu sabia que iriam gostar-enquanto conversávamos íamos andando até a ponta do campo, onde havia uma cratera e lá em baixo um pequeno riacho!
_ Caraça, dá medo! É muito alto!
_ Mais aonde á gente vai se sentar?
_ Ali õ, tem um pequeno lugar com grama!
Realmente era pequeno lugar mesmo, um minúsculo feixe de grama bem na beira do penhasco, da inicio senti medo, pois era muito alto, mais depois nós começamos a conversar, a olhar a cidade, os carros, indo e vindo, as pessoas minúsculas se deslocando, as chaminés da indústria da cidade soltando suas fumaças e fogos, e trem passado lá no fundão, tudo era maravilhoso, nós lá, comendo e conversando e nus divertindo.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Cap 10: Frio de Inverno Parte III

_ Então vai ser assim? Você vai jogar tudo fora por causa de medo? Vai jogar a felicidade fora pela janela? Parabéns Icaro, isso eu não esperava de você- ele se levantou e foi em direção ao cochonete que minha mãe preparou pra ele dormir_ Vou dormir, vai ser melhor pra mim.
_ Não!- corri até ele, virei-o e abracei_ me desculpa, eu to nervoso, quero você, eu me arrisco, me jogo, faço o que puder pra te ter perto de min!
_ Sempre te ignorar da certo!- Ele sorriu
_ Desgraçado, tava fazendo joguinho comigo- ele me beijou e eu disse entre os lábios_ eu te amo.
E nós ficamos lá, nos beijando, nos abraçando, como foi ótimo, uma coisa mágica.
Até parecia mágica, custava acreditar, era realmente eu e Bê ali? No meu quarto? A luz da lua? Nus beijando? Impossível, só poderia ser sonho. Mas o clima começou a esquentar demais, senti que Bernado já estava começando a ultrapassar o sinal, queria algo a mais do que beijo, se é que vocês me entendem?
_ Bê, não!- afastei dele usando as mãos contra seu peito.
_ Por quê? Você não quer?
_ Não é isso, é que você sabe, ‘ eu ainda sou virgem’.
_ Velho! É mesmo- ele se sentou na cama e pós a mão na cabeça- desculpa, mais eu não seria uma pessoa especial pra você?
_ È bê, mas sabe né? É cedo ainda, a gente só ta no inicio de tudo!
_ Ta bom, já que quer assim, eu te respeito!
Eu sei que podia ter transado com Bê, oportunidade e vontade não me faltava, mais só que não, acho melhor ir com calma, vai que ele não é a pessoa certa? Bêrnado não era virgindade aos 14 anos, com uma menina por aí que conheceu num desses shows. E não queria que minha primeira vez fosse assim, com qualquer pessoa, ainda mais com um homem... Nós nus deitamos na cama abraçados, eu conseguia sentir os batimentos do coração dele, e ele enrolava o meu cabelo no seus dedos, e nos ficamos lá, conversando sobre as mais assuntos diversos, falamos do pessoal da sala, da galera, conversamos até sobre fidelidade, até que Bernado disse:
_ To com sono!
_ Também Bê, vamos dormir?
_ Vamos, mais antes me responde uma perguna?
_ Todas que quiser
_ Nós estamos juntos?
Como assim, ele queria mais o que? Nos estávamos numa cama, abraçados, tínhamos nus beijado, colocado nossos sentimentos pra fora, ele queria mais junto do que isso?
_ Como assim, juntos?
_ È, você sabe como!
_ Ficando?
_ È, ficando.
_ Lógico, você quer continuar?
_ Sim, mais tudo em segredo, como já disse, isso só pertence a nós e a mais ninguém;
_ Sim, nosso segredo amoroso_ ele sorriu e me olhou intensamente
_ Isso ai Bê- eu beijei o rosto dele e me virei pro outro lado da cama, me cobrindo com o cobertor- boa noite anjo!
_ Pra você também!- ele passou a mão sobre minha cintura, colocou a cabeça no meu ombro, respirou fundo e logo depois adormeceu.


PS: gente, o restante do capitulo é pequenininho, então prometo colocar o 11 em breve, obrigado por serem tão simpaticos comigo, e me ajudem a divulgar o blog, amo vcs, bgs bgs bgs e si cuidem :*